March2021
Novas perspectivas
No texto passado vimos a importância da atenção e do cuidado perante a saúde mental dos nossos mais velhos. Vimos que, antes que o nível de deterioração mental seja elevado, existem inúmeros sinais e verbalizações por parte daqueles que sofrem uma agudização da sua saúde mental. Um dos incentivos principais que deixamos foi, precisamente, a procura de ajuda especializada que possa provir a pessoa idosa e os seus familiares de ferramentas para lidar com a situação com que se deparam. A palavra “psicologia” vem do Grego antigo psyque, que significa “mente”, e logos, que significa “conhecimento ou estudo”. Esta é uma ciência que usa procedimentos sistemáticos e objetivos de observação, medição e análise, apoiados por interpretações teóricas, generalizações, explicações e previsões para compreender o comportamento humano. Ora, existe a ideia generalizada de que a psicologia se foca principalmente no lado patológico da psique humana. Recentemente, nos Estados Unidos, surgiu uma nova corrente da psicologia. A psicologia positiva é o estudo científico daquilo que faz valer a pena viver. Os principais focos são: Experiências positivas (como felicidade, alegria, inspiração e amor), Sentimentos felizes (como gratidão, resiliência e compaixão) e instituições positivas. Ao contrário da psicologia tradicional a psicologia positiva usa o seu tempo para pensar sobre traços de caracter, otimismo, satisfação com a vida, felicidade, bem-estar, gratidão, compaixão, autoestima e esperança. Alguns estudos demonstram que os indivíduos podem suportar altos níveis de stress durante esta pandemia e, ainda assim, experienciar bem-estar mental. Foram identificados vários efeitos positivos como: maior foco na família, sentir-se abençoado por tudo o que se tem, ter fé no futuro. A ansiedade, o isolamento e problemas de sono coexistem com crescimento pessoal e gratidão na população geral. É importante compreender que, segundo a psicologia positiva, a felicidade é orientada para o presente, fundada no momento, enquanto o sentido vital é enraizado no passado, no futuro e na forma como este se liga com o futuro. Esta tese sugere que nos podemos focar no presente para aumentar a felicidade, mas se procuramos um sentido vital mais profundo devemos pensar no que foi (e ajudar a pensar) o passado e no que queremos que seja o futuro. E este trabalho, centrado no que há de bom e no que há para agradecer (independentemente de que religião ou espiritualidade se tenha), é um passo importante na prevenção do desenvolvimento de patologias e na promoção de um envelhecimento saudável e feliz. Porque revisitar as boas memórias do passado planeando os momentos felizes que queremos ter no futuro pode dar ao presente um sentido de propósito e uma felicidade que nesta altura é muito bem-vinda!
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