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Dia Mundial dos Avós

A grande maioria de nós define os avós como companheiros e cúmplices, que alinham nas nossas brincadeiras e que fazem tudo para nos agradar. Muitos tinham também mais tempo e disponibilidade que os nossos pais, embora alguns ainda trabalhem, como não se encontram em início ou pico de carreira estão mais aliviados das obrigações profissionais. Existem várias formas de se ser avó ou avô, também devido a vários fatores, Oliveira (2012), identifica três tipos de avós. Os avós cuidadores são aqueles que se dedicam a tomar conta dos netos e a dar assistência à família, assumindo-se muitas vezes como substitutos dos pais, pois vão levar e buscar as crianças à escola, cuidam delas durante as férias escolares, preparam-lhes as refeições e tratam do que for preciso. Depois existem os avós companheiros ou envolvidos, que aproveitam o tempo que estão com os netos de uma forma mais descontraída e lúdica sem a preocupação de os educar, no fundo dão um apoio complementar aos pais. Por fim, identifica os avós distantes, que por os mais variados motivos se encontram afastados do dia-a-dia dos netos. Na relação com os netos os avós contribuem com: Transmissão das histórias familiares, pois falam aos netos das suas raízes familiares, contribuindo para que a criança se conheça a si própria e fornecendo assim laços de filiação. Transmissão de tradições, pois em muitas situações são os avós que reúnem a família em determinadas festas e transmitem a cultura familiar, por exemplo as festas de Natal ou passagem de ano com ementas especiais da família, aniversários e também a passagem de objetos particulares como alianças, moveis, fotografias ou joias. Transmissão de valores, como o respeito pelo outro, o amor, a importância da família e das coisas simples, são alguns dos valores fundamentais transmitidos pelos avós. Para muitas crianças os avós são uma fonte de conhecimento, disponibilizando algum do seu tempo para explicar e responder às questões dos netos. Mais do que tudo isto, comummente, os avós são chamados de pais com açúcar que não só cuidam de nós como nos ensinam a cuidar à medida que vão envelhecendo e precisando de nós. Hoje, e a cada dia, é bom recordar a felicidade que é ter a presença destes nossos mais velhos que tanto nos ensinam.

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O jogo do telefone estragado

Uma das maiores dificuldades e queixas dos dias de hoje, por parte dos mais velhos, é que falam e não se sentem realmente escutados. E não se referem, obviamente, a alguém que os oiça por si só. No âmbito das várias técnicas de comunicação existe uma chamada “escuta activa/empática”.  A International Listening Association (ILA; 2012) define escuta activa como, “o processo de receber, construir significado e responder a mensagens faladas e / ou não verbais”. Rogers formulou a escuta empática como uma técnica comunicativa, que demonstra aceitação incondicional e reflexão imparcial da experiência do outro por meio da paráfrase da mensagem. Levitt (2001) identifica a escuta ativa como uma micro-habilidade que envolve ouvir atentamente e responder empaticamente para que a pessoa se sinta ouvida. A escuta activa consubstancia-se em três principais dimensões: 1) demonstrar envolvimento não verbal; 2) reflectir a mensagem da pessoa que está a ser escutada recorrendo à paráfrase verbal e 3) fazer perguntas que incentive a pessoa a desenvolver as ideias que está a expressar. E como é que podemos pôr esta técnica em prática para melhorar a comunicação com o nosso mais velho? Precisamente através da demonstração de interesse genuíno nas partilhas que o mesmo decide fazer connosco. Uma simples partilha sobre um programa que viu, um filme ou até mesmo uma conversa com a vizinha pode significar muito mais que o que parece à primeira vista. Muitas vezes utilizam o que vêm na televisão como recurso para expressar o que sentem e experiências passadas. É essencial escutar com sentido crítico que ajude a compreender porque é que aquela pessoa nos está a contar aquilo. Questionar-se sempre “porque é que o meu mais me está a contar isto?” e dar seguimento à conversa com interjeições que sustentem o real interesse no tema bem como com uma postura corporal que demonstre o interesse na conversa (sentar-se junto da pessoa ou inclinar-se para a mesma são indicadores de interesse) . Ainda que estejamos cansados e com falta de paciência a simples demonstração de interesse genuíno naquilo que nos estão a dizer pode fazer toda a diferença no bem-estar psicológico dos nossos mais velhos. A solidão é sem dúvida um mal comum que pode muito bem ser colmatado com pequenos gestos e técnicas comunicativas como esta.

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