Sensatez

No passado dia 30 de abril (sexta-feira) ficamos a saber que passaríamos de estado de emergência (o mais gravoso da nossa constituição) para um estado de calamidade pública que nos permitiria um alívio nas medidas restritivas e o início do desconfinamento. É claro que todos nós nos sentimos aliviados por este novo estado, no entanto é essencial manter uma atitude vigilante de proteção. Afinal de contas o Covid-19 não desapareceu e continua a ser um perigo real principalmente para os mais velhos ou doentes crónicos. E é com base nisto que importa que haja sensatez na gestão do desconfinamento dos mais velhos. É verdade que já não há uma obrigação de confinamento para os mais velhos apenas por terem mais de 70 anos de idade, no entanto é importante relembrar que esta doença é especialmente letal para os mesmos por muitas vezes terem outras comorbilidades associadas. Surge, portanto, a pergunta: Então o meu familiar mais velho não deve sair de casa?  Apesar de não haver o certo e o errado em relação ao desconfinamento dos mais velhos há duas questões a ter em conta. A primeira prende-se com o dever cívico de manter o confinamento. Quer isto dizer que apesar de não ser obrigatório manter o confinamento há um dever de continuar em casa por forma a prevenir o surgimento de novos casos. A segunda questão prende-se com o zelo pelo bem-estar físico e psicológico de todos nós e em especial dos mais velhos. É natural que passados quase dois meses de confinamento, com excepção para breves passeios higiénicos, haja necessidade de sair de casa para “espairecer” ou até mesmo para reencontrar a rede social informal (vizinhos, amigos no bairro, etc) com quem se perdeu o contacto. Há também a necessidade de recuperar a capacidade motora que, devido ao confinamento na habitação, se perdeu. A resistência não será a mesma e é importante voltar a caminhar e a readquirir essa mesma capacidade perdida. Poderemos perguntar como é que conciliamos estas duas questões: o dever cívico de confinamento vs a necessidade de desconfinamento. É neste momento que deve prevalecer a sensatez e a prudência. Podemos proceder a um desconfinamento gradual de maneira a que não incumpramos o dever cívico e a que seja garantido que o nosso mais velho tem as suas necessidades atendidas. Por exemplo: O pai gostava muito de manhã ir tomar o pequeno-almoço ao café, onde conversava com os vizinhos e amigos, e ir comprar o jornal à papelaria da esquina onde também já o conheciam tão bem. E enquanto o fazia acabava por caminhar bastante. Como é que podemos regressar a esta realidade sem o pôr em perigo? Podemos sempre simular o trajecto e ir com ele comprar o jornal à papelaria depois de tomar o pequeno almoço em casa. Isto é claro com as devidas protecções e distâncias sociais. Este é um dos cenários, mas também é possível que a pergunta seja a seguinte: O meu familiar mais velho não quer sair de casa porque tem medo. O que devo fazer?   Em primeiro lugar é importante ser compreensivo com o medo que o mesmo está a sentir. Esta é uma questão que deve ser dialogada e nunca forçada. É claro que há questões importantes como as que referi a pouco, mas a vontade do mais velho deve ser respeitada e dialogada até que o mesmo esteja pronto para sair. Há alguns exercícios que podem ajudar a recuperar alguma mobilidade dentro de casa e que ajudam a colmatar a falta de caminhadas no exterior. O mais importante nestas questões é sempre manter a calma, a sensatez e o respeito pelo outro.


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